Pensamento Estratégico integrado ao Planejamento Estratégico

Um dos principais erros da Estratégia é tratá-la com tamanha formalidade, rigidez e linearidade ao ponto de se tornar tão complexa, isolada e rapidamente datada. Ou tratar de forma tão simplicista e ágil ao ponto de ser tornar superficial e sem aderência aos colaboradores da organização. Familiar, não?

Ignorar a complexidade do atual cenário mercadológico, principalmente suas ameaças e vetores competitivas, fazem com que os fatores externos acabem genéricos, semelhantes entre tanas estratégias do mesmo segmento e até de diferentes. Os fatores internos analisados sobre a ótica somente dos próprios líderes, e não dos stakeholders externos, tende direcionar o método ao fracasso pela própria abordagem em si.

Outro fator crítico é iniciar a estratégia já pelo planejamento lógico e sistemático, sem antes pensar de forma clara e criativa a própria estratégia. Diferente do nível tático e operacional, a estratégia envolve elevado grau de incerteza, por envolver visões a longo prazo repletas de possibilidades, logo de riscos. Direcionar a estratégia para o factível é reduzí-la a um conjunto de ações de menor capacidade transformativa ao futuro da organização.

Uma série de autores vem estudando a importância de desenvolver o “pensamento estratégico” (strategic thinking) nas organizações, estimulando com que todos os níveis da organização pensem estrategicamente, para além da formalização de um planejamento estratégico. Somente dessa maneira, as estratégias e seus planejamentos seriam fundidas à cultura organizacional (conjunto de hábitos, visões, valores e crenças), fazendo da estratégia um órgão vivo, dinâmico e patrocinado por todos.

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Entre os diferentes modelos de Pensamento Estratégico, selecionamos a da Jeanne M. Liedtka, ao qual especifica de forma clara 05 elementos do Pensamento Estratégico e suas técnicas para aplicação do Pensamento Estratégico:

Adaptada de Liedtka (1998, p. 122)
  • A “perspectiva de sistemas” trata-se da percepção global, a compreensão de contextos internos e externos da organização;
  • A “concentração no propósito” tem como papel fazer com que o propósito estratégico tenha os esforços necessários para seu alcance;
  • O “tempo em perspectiva” é relacionado à contextualização do passado, presente e criação do futuro da organização;
  • O “oportunismo inteligente” propõe que todos colaboradores vivam e pratiquem a visão estratégica, buscando serem fiel a ela;
  • O “teste de hipóteses” visa à prática de métodos científicos que sejam capazes de liderarem geração e testes de hipóteses.

A partir dessas reflexões, envidencia-se o porquê tantos Planejamentos Estratégicos pouco saem do papel.

Resumindo, antes de realizar um Planejamento Estratégico, busque compreender o grau de consciência dos líderes internos envolvidos sobre o Pensamento Estratégico. Dedique tempo para pensar, imaginar, criar e formalizar estratégias. E busque também o apoio de consultores, como os da Mêntore, que sejam capazes de trabalhar de forma sistêmica para a Estratégia ser inspiradora e catalisadora do sucesso da organização.